Vim da salmoura.
Os alçapões se abriram
Para dar à luz o menino
Naquela pequena cidade.
As paisagens em que vivi
Ficaram dentro de mim
Para sempre amalgamadas.
As almas em derredor
Permanecem, brilham
Astros em si decaídos
Na mais crucial peregrinação.
Do sal da terra.
Cada dia é um encontro
Comigo e com o acaso
E por isso respiro.
As pessoas, como estradas
Seguem seu destino
E quanto mais longe vão
Mais acenam.
Os amores se repetem
Em se repetindo, salvam.
Pois que estamos destinados
Uns aos outros
De uma maneira ainda
Para mim indecifrável.
O sal impregnou o mundo
Que só os meus olhos veem.