As “palomas” são mais,
Minas do coronel,
As “palomas” de aluguel.
Mundo tanto e singular,
Mas as “rameiras” das Minas,
São das Minas bem gerais.
Que se revela singular,
Tanto no seu prazer,
Que é muito desigual,
Quanto na própria dor,
Mais que tudo, visceral.
Quanto o primeiro castigo,
O pecado já existe,
Transmutado de libido.
Emanado do antanho,
A “dadeira” mais nova,
De malgrado se faz madura,
E acena para o triste,
Que trabalha no escritório.
Se a madame descobria,
O marido com a ”madama”,
O punhal ou a chibata,
Destinados à “piranha”,
Eram a insígnia do ciúme.
“Jereba”, “fêmea” ou “loba”,
Rebotalho ou estorvo,
Ela na vida sofre,
Os regalos da “escolha”.
Onde tudo se confunde,
A “rapariga” trilha,
A trilha da própria sorte
E se profana seu corpo,
O seu caminho é sem volta.
Origina uma prole,
Multiplica seu destino,
Nos laços do seu entorno.
A menina não mais brinca
E no primeiro engano,
Com uma cria como estorvo,
A mocinha bem menina,
Já sem pouso, já sem casa,
vai nos braços do descaso,
Tornar-se “mulher da rua”.
Originária de Mileto,
Mas também com a humilde,
Mariana do puteiro.
Essa “quenga” “rameira”,
“vagabunda” e “mundana”,
De destino já traçado,
Será sempre mais uma,
Uma flor suja de lama.
Ao tornar-se uma prenda,
Abre as pernas e espera:
O rufião da desgraça
Ou o cliente da esquina.
Insurgir-se nesta vaga,
Vem a lâmina e abrevia,
Sua vida de “perdida”.
E do fel arremata,
Seu arremedo de mel,
Descobre por vezes,
Que do léu será senhora,
Até uma filha do céu.
Da fortuna estropiada,
A bala ou a navalha,
Será o prêmio desta lida.