Tinha a moça mais bela e um dentista
Do qual a gente tinha medo
Porque tinha uma broca torturante
Que doía no fundo dos nossos dentes.
Cidade pequena tem dessas coisas
Se olhar com olho de rapina
Verá o anjo Dielson descer à terra
E dizer que o mundo hoje não vai acabar
E fazer a mágica dos pães e dos picolés.
A minha alma mortal que nunca se rende
Estará à espreita naquela varanda
Olhando a tarde amassar seu barro
A carne desfilar impune pelo calçamento.
Desfilam como misses na passarela
Magras e pálidas a judiar da gente.
Comentários
É isto, meu caro.
O cérebro é pequeno para tanta memória.
Mas temos o HD da alma com sua imensurável capacitância.