Demarco meu território.
Daqui até lá, de lá pra cá, acolá.
Depois estico as pelancas
Sobre o capacho, a rede na varanda,
E astuciosamente faço a vigília.
Ao modo de um cão, todo lealdade.
Diferentemente de um cão
Prescrevo-me logo um cálice de vinho
Que, como queria o meu compadre
João Sebastião, sábio o bastante
Para ir morar distante da capital,
Esfria o sangue quente
Esquenta o sangue frio
Encoraja o ânimo fraco
E alumia a alma escura.
Mais ainda, atrevo-me a acrescentar:
Afugenta pulgas e carrapatos.
Feito um cão, servil e obstinado,
Ponho o rabo entre as pernas
E procuro adular minha dona.
Comentários
“Ponho o rabo entre as pernas
E procuro adular minha dona.”
Sabedoria que só o Poeta – e que seja mineiro – sabe exercer.
Resta à Dona condescender…