A tecedeira

Publicado por Antonio Carlos Santini 21 de junho de 2018

A tecedeira

O sol se põe. Na tarde sombreada
A Tecedeira tece a sua teia:
Entre oito patas o seu fio enleia
E deixa a leve malha preparada.

O tempo corre. Escorre a fina areia
Da rocha que caminha para o nada.
A Tecedeira espera, conformada,
A hora de colher a vida alheia…

Vejo a lua no céu: foice minguante
Pronta a ceifar estrelas num instante,
Inermes ante o gume de seu corte!

Vejo na teia a paciente aranha:
Vertiginoso ataque a mosca apanha,
Surpresa no seu voo para a morte!

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