e a sua liberdade
vê-la em escorço
expostos flancos
vê-la ao cair da tarde
minha Isadora
a bailar na praia
pés levitando
manter-me em vigília
poder abraçá-la
desfazer seus planos
despir sua saia
destituir seus cânones
Invadir suas horas.
Amo seu des-pudor
como não se opõe
à engrenagem
de perversões
invenções, inversões
que desfazem aldravas
perante o que diz
ou o que faz
ou o que for
pura vadiagem
ou urdido amor.
Mas e quando se reconcilia
com antepassadas
crenças, homilias
e se enfronha
num intuito de adolescente
a constituir o hímen seu?
E quando a vejo
pudica, em véus
virgem fremente
a imaginar cerimônias
de sonhado himeneu?
No ápice do sonho
sem condescendência
sacrificar no altar
entregando ao frugal
os albores
de um amanhecer
e dest’arte
ter estreitada ao pescoço
em inóspito final
a echarpe
que se enrola
no eixo da mais tola
dissidência.
Comentários
HOMENAGEM AO DESEJO DO POETA , AINDA QUE Vâo que se enrola no eixo da mais tola dissidência. PERVERSOES, INVENÇOES INVERSOES PURA VADIAGEM é é e eeeee…
Uauh!Que bonito! A inspiração que se alimenta de sonhos e que por sua vez aumenta a criatividade. Parabéns!