em que me isolo e oro
mas não me dirijo a Meca
ou a uma Roma qualquer.
Prostro-me ante um deus oculto
que transgride o absoluto
que habita o tudo, o infinito
que dispensa cânones, versículos.
Dele todos viemos
e de ir para ele todos havemos
é o que abrange em seu imo
o imenso e o mais ínfimo.
Nada mais portentoso
que este deus outro
indescritível, que tudo enleia
nos interstícios de sua teia.
Nada tem a nos exigir
não nos cobra óbolo ou dívida
não restringe a existência
a um rosário de penas.
Pois só ele, o Nada
é capaz de com sua espada
subjugar a realidade
em suas frágeis verdades.
Comentários
Na dúvida, AA, estou contigo. Vou na sua sombra, que se há um deus, há de ser esse deus sem litígios. Do resto, aqui na baixada, cuidemos nós.