A mais linda
A que traz a coroa sobre a cabeça
Não parece feliz
Seus grandes olhos castanhos
Revelam, se os observamos sob o rímel
Sombras de veleiros a fugir no horizonte
Inquietudes de ondas se desmanchando
Em um atol
Lá nos confins do Pacífico
Mas anda com donaire
O quadril em balanço irresistível
Atraindo olhares indiscretos
Nos lábios o sorriso perfeito
Que flashs contínuos desvelam
Na branca harmonia dos dentes
Segura sim de sua beleza
Mas desconhecemos
Em que sombrios bastidores se exila
Quando ao fugir dos holofotes
Desfaz-se de seu manto de rainha
E se cobre com outro de tristeza
Comentários
Tristeza da miss, tristeza do poeta, por trás das alegorias das palavras, a mostrar aquilo que escondem. Ao modo mesmo de quem lê, redescobrindo o que havia desaprendido. Assim nos acorda AA para o dia que desaparece no horizonte.