Absorto em mim
Sob forma definitiva
Desapego-me do poeta
Esqueço-me até que sou
Comportado por natureza
Submisso do seu amor
Subjugo o meu corpo
E ao te possuir
Conjugo verbos obscenos
Privados do pudor ingênuo
De uma suposta poesia
No molejo clássico da sua cama
Insaciável fonte de deleite
Atrevo-me a degustá-la
Em lúbricos goles moderados
De um vinho quase doce
Filosofo falas que nunca imaginei saber
E num arrepio malicioso
Entre sussurros grogues
E gritos quase abafados
Eu me abandono
Ao regalo do poeta que sou