É sabido e mais do que provado que a cidade de São Paulo é o maior centro econômico brasileiro. Responsável por 13% do PIB do país, a capital paulista desfruta de uma dinâmica social que reflete na economia local e vice-versa. Sabe-se que a cidade possui excelente infra estrutura em vários campos, bem como serviços de alta qualidade, sendo referência mundial em atendimento. Além disso, São Paulo ainda é pioneira em várias ações e iniciativas que são copiadas por todo Brasil e até mesmo por cidades mundo afora.
Como toda cidade grande, metrópole, São Paulo possui problemas, agravados pelas peculiaridades sociais do Brasil. Apresenta desigualdade social muito evidente, problemas de segurança pública, saúde e educação, apesar de ter índices de desenvolvimento superior à média nacional.
Um dos focos da discussão hoje na cidade são as ciclovias, implantadas intensamente na atual administração. Ciclovias estas motivadas pelo caos no trânsito e pela busca da sustentabilidade e diversificação no deslocamento, que é também um gargalo das grandes metrópoles mundiais.
No intuito de minimizar esse caótico trânsito, as ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas surgem em um cenário político bastante desfavorável à atual prefeitura. Percebe-se visivelmente que há um jogo político pesado, tanto por parte da imprensa, quanto por parte da população.
Os noticiários locais somente afloram os pontos negativos, a população dificilmente enxerga benefícios, pois no curto prazo não há grandes mudanças. O pensamento é imediatista. Não se busca os esclarecimentos técnicos. Os carros ainda não entenderam que dá para compartilhar o asfalto com outros veículos. Xingam o prefeito, abordam-no em inaugurações de trechos de ciclovias para hostiliza-lo, associam-no ao seu partido e o acusam de assassino. Como? Assassino? Quem ele matou? Ah, sim, refere-se ao idoso de 78 anos que faleceu atropelado por um ciclista em uma ciclovia recém inaugurada. Esse é o famoso uso político da desgraça alheia.
Temos que buscar a percepção dos benefícios desta ação, motivada por um Plano Diretor recém revisado que definitivamente traça um caminho para São Paulo. Busca, não somente a diversificação do modal de transporte, com ciclovias, corredores de ônibus, mas também promove o incentivo para se deixar o carro em casa, com um novo zoneamento que restringe vagas de estacionamento em novos prédios residenciais e comerciais em várias regiões. Agora pergunto: esses que são contra, por acaso, leram o Plano Diretor?
Participaram de alguma das mais de 50 audiências públicas? Andam a pé pelo bairro? Ou andam de bicicleta? Sim, andam de bicicleta, aos domingos na ciclofaixa do lazer.
Esse processo ainda está no inicio. A atual administração ainda vai sofrer desgastes com oposicionistas, com a imprensa, mas temos que ponderar que foi ela a maior patrocinadora destas mudanças. Com certeza, mudanças para melhor, veremos daqui a alguns anos e reconheceremos isso. Só para informação, a Alemanha possui a maior rede cicloviária do mundo e quando iniciou a execução da sua implantação, os gestores públicos também foram hostilizados e hoje é referência mundial em cidades sustentáveis. Os alemães os agradecem por isso.
Comentários
Importante contribuição!
Os que criticam as ciclovias são os mesmos que batem panelas do alto de suas varandas e fazem questão de sair para os shoppings em seus BMWs.Andam na contra-mão da História!