Razão e Espírito
A existência do homem tem o seu centro na cabeça, ou seja, na razão, sob cuja inspiração ele constrói o mundo da realidade.
Tudo o que é racional é real e tudo o que é real é racional.
Razão é a rosa na cruz do sofrimento presente.
A realidade é irracional.
Um povo que considera a natureza seu deus não pode ser um povo livre.
Marquem bem isso, vocês, orgulhosos homens da ação! Vocês são, no final, nada mais que instrumentos inconscientes dos homens que pensam.
Somente um homem já me entendeu, mas ele não me compreendeu.
A mente universal manifesta-se na arte como intuição e imaginação; na religião manifesta-se como sentimento e pensamento representativo; e na filosofia ocorre como liberdade pura de pensamento. Na história mundial a mente universal manifesta-se como atualidade da mente, na sua integridade de internalidade e de externalidade. A história do mundo é um tribunal porque, na sua absoluta universalidade, o particular, isto é, as formas de culto, sociedade e espíritos nacionais em todas as suas diferentes atualidades, está presente apenas como ideal, e aqui o movimento da mente é a manifestação disto mesmo…
A Razão governa o mundo e, consequentemente, governa e governou a história universal. Em relação a essa razão universal e substancial, todo o resto é subordinado e serve-lhe de instrumento e de meio. Ademais, essa Razão é imanente na realidade histórica, realiza-se nela e por ela. É a união do Universal existente em si e por si e do individual e do subjetivo que constitui a única verdade.
A razão é a suprema união da consciência e da consciência de si, ou seja, do conhecimento de um objeto e do conhecimento de si. É a certeza de que as suas determinações não são menos objetivas, não são menos determinações da essência das coisas do que são os nossos próprios pensamentos. É, num único e mesmo pensamento, ao mesmo tempo e ao mesmo título, certeza de si, isto é, subjetividade e ser, isto é, objetividade.
A razão é tão poderosa quanto ardilosa. O seu ardil consiste em geral nessa atividade mediadora que, deixando os objetos agirem uns sobre os outros conforme à sua própria natureza, sem se imiscuir diretamente na sua ação recíproca, consegue, contudo, atingir unicamente o objetivo a que se propõe.