I
Quieto, meu pássaro,
por que voar?
Olha o céu todo nublado,
olha a terra ensombrecida.
Não pressentes a borrasca?
Quieto aqui dentro pois –
se partires – o mundo
apenas terá mais um pássaro,
e eu estarei penosamente vazio.
II
Somente quando a viu nua
em plena noite de lua
é que percebeu que Valéria
era pura anti-matéria.
III
A água desce
num fio fino
em meio às folhas
de ouro
ao chão jogadas
soltas
em tardes calmas –
almas –
de tristes sonhos
azuis ocasos
de minha vida.
O fio d’água rebrilha
tremeluz
ao sol.
Comentários
Pequenos, mas (quase) sagrados.