O ascensorista

Publicado por Antonio Ângelo 25 de novembro de 2014

metro

Ficava aguardando a hora
em que ela desceria
deixando no elevador
um perfume de jasmim

Às vezes a emoção
de apenas os dois a descer
como se estivessem a flutuar
no cesto de um balão

De soslaio podia observar
o porte, a curva dos joelhos
os tons da pele, os cabelos
pequena cicatriz no tornozelo

Em ocasiões ela sorria
não muitas palavras:
– O dia está bonito – ou
– Sexta-feira, afinal…

Morava no quarto andar
Comentários
  • Marcos Apolinário Santana 3650 dias atrás

    O poeta se embriaga no elevador da vida. E borda mais uma biografia urbana.

  • Sérgio Mudado 3651 dias atrás

    Mágico. O perfume de jasmim fica suspenso e parece, de algum modo, mudar o sentido das coisas.

  • dulciméia de oliveira 3651 dias atrás

    Bárbaro!

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