Depois do vendaval

Publicado por Sebastião Verly 9 de setembro de 2014

avenida

Belo Horizonte viu pela primeira vez uma ventania de 113 quilômetros por hora. Foi na madrugada, virando dia, que a brisa suave das alterosas cedeu a vez ao vento mais forte que já vimos por aqui.

Vento de paz trouxe uma chuvisqueira que apagou incêndios e aumentou nossas esperanças de córregos e rios cheios. Renascem as esperanças.

Mas a ventania fez uma mudança: retirou das árvores as folhas amarelecidas e algumas que estavam secas e deixou os lindos brotos e folhagem verde claro.

Na parte da manhã, a chuvinha deu lugar a um calor suportável.

Gente jovem e gente de todas as idades ainda tiveram tempo para a caminhada. Até a Praça Floriano Peixoto ou do Quartel ou, quem teve mais audácia, até a Avenida ao lado do Ribeirão Arrudas. A água melhorou um pouco o cheiro que do ribeirão exala.

Depois foi o momento de apreciar os anúncios de uma bela primavera. Setembro começou com lindas manhãs e desejos de um tempo melhor.

A cidade está linda. Os brotos verdes das árvores dessa cidade vergel brilham ao sol de quase primavera.

Ainda estão com vida flores que já haviam saído em agosto, como algumas quaresmeiras tardias e algumas patas de vaca de diferentes matizes.

O Ipê Rosa surgiu assim, não mais que de repente, e, por avenidas, ruas e praças enfeitam com suas belíssimas flores que tremulam ao sol de brigadeiro. A Leucena mostra folhas novas e vagens bem mais verdes.

As pessoas caminham ligeiras como que em ritmo de novos tempos. Belo Horizonte sempre espera e alcança momentos lindos. É uma cidade alterosa.

Jovens e idosos cumprimentam com sorrisos e constato que até os carros quando buzinam o fazem com toques delicados. Sinto que o verdejante ambiente convida a todos a se sentirem melhor.

No ponto do coletivo uma senhorinha muito delicada não me pede e eu a ajudo a subir ao ônibus. Sentamo-nos juntos e ela diz que vai descer na Farmácia Cláudia. Peço ao motorista para parar no ponto mais próximo para ela. A velha e meiga senhora completará 87 anos no próximo sábado. Diz que quer, ela mesma, sempre fazer suas compras e resolver seus problemas. Falamos rapidamente da beleza do dia. Despedimo-nos.

Cruzamos a Avenida Afonso Pena que, vista aqui do número 3.000, mais parece um jardim doméstico em sua primeira florada.

Observo os novos tempos. Vem aí a primavera. É tempo de sonhar e imaginar que amanhã será um belo dia. Em breve, amanhecerá um novo tempo. Esperem.

Comentários
  • verly 3728 dias atrás

    Fico feliz com a publicação. Muito obrigado. Verly

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