Liberdade: uma questão de espírito

Publicado por Antonio Carlos Santini 3 de setembro de 2014

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Houve uma época em que os tiranos se impunham à força. Hoje, os tiranos são eleitos pelo povo. As mãos sangrentas que usaram a guilhotina francesa foram escolhidas por cidadãos que recusavam os abusos da monarquia. Mal podiam imaginar que, uma vez no poder, seus representantes cometeriam os mesmos atos de barbárie…

Não sei se exagero ao afirmar que, ao votar em nossos representantes, estamos abrindo mão de nossa liberdade para que eles decidam o que bem quiserem, mesmo contra nós, contra nossos interesses, contra nossa fé.

Por exemplo: quem foi que votou em um deputado na expectativa de que ele viesse a legitimar a eliminação – digo, o assassinato – de um embrião? Quem escolheu um senador para que ele nos proibisse de corrigir com firmeza um filho que não respeita limites? E estes são exemplos suaves, diante de todos os valores ameaçados por governantes que se orientam por ideologias materialistas que vão muito além dos crimes do paganismo.

O povo alemão que elegeu Hitler era majoritariamente cristão e, apesar disso, entendeu que o ultranacionalismo racial era um ideal a ser buscado a qualquer preço. A opção democrática assinava sua própria sentença de morte. O mito da pátria devorava os filhos da pátria.

O nazismo teve seus “heróis”. O comunismo também os teve. Eram homens e mulheres que acreditavam cegamente em seus princípios revolucionários, com a intenção prática e imediata de mudar um estado de coisas que consideravam inaceitável. Para chegar à mudança dessa conjuntura, tudo era permitido, inclusive violentar e matar. Quem discordasse não merecia viver.

Ao lado desses “heróis”, teóricos convictos capazes até do martírio – e isto ocorreu também no Brasil, no regime militar -, prolifera uma legião de parasitas interessados em levar vantagens e obter privilégios com a situação revolucionária. São os mesmos que costumam lucrar com as guerras e os conflitos, mercadores da morte e burocratas sem alma.

O heroísmo de uns e o cinismo dos outros cometem o mesmo erro crasso: o homem não chega à liberdade apenas com as armas. Uma nação não será livre apenas com jogadas políticas. Os representantes do povo não levarão o povo à liberdade, porque eles mesmos são escravos nas mãos de feitores cruéis: o ódio, o partidarismo, a ganância, o oportunismo.

A liberdade do homem é uma questão de espírito. Enquanto o homem for considerado simplesmente como coisa, mero animal, macaco evoluído (darwinistas), tubo digestivo pensante (Freud), massa de revolução (Lênin) – o homem jamais será livre. Não é dos músculos nem do intelecto que deriva a liberdade humana, mas do âmago de seu ser, daquele santuário interior onde se escolhe entre o sim e o não, a luz e a treva, o bem e o mal.

A liberdade humana deriva de nossa consciência de ser pessoa criada à imagem e semelhança de Deus. Não existe um paraíso ateu. Não existe respeito pela pessoa e pela família ali onde Deus foi descartado. Neste espaço, nossos lares serão invadidos e nossos filhos arrancados de nossa orientação.

Assim, não temos muito a reclamar quando nossos direitos passam a ser sistematicamente cerceados e, afinal, abolidos, pois nós mesmos abrimos mãos do direito de ser filho de Deus…

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