Os três mosqueteiros eram quatro…

Publicado por Antonio Carlos Santini 6 de janeiro de 2014

Não sei de que antepassado herdei a compulsão pela lógica. Infausta herança para um ser arremessado a um planeta todo caos, onde o direito se mostra avesso e exige o respeito que não merece.

Mundo louco é este onde vivemos. Nele não se procure – é tarefa inglória e inútil – qualquer traço de coerência lógica. As coisas nunca são o que são e estão sempre dispostas a deixar de ser aquilo que nunca foram… Se estou sendo obscuro, é impressão do leitor: obscura é a Verdade fugitiva…

O fato é que os fatos nunca seriam aprovados em um teste de inteligência! Afinal, os três mosqueteiros eram quatro: Athos, Portos, Aramis e D’Artagnan. Pior ainda: quem sai pelas ruas da cidade a espalhar uma esteira de detritos? O caminhão do lixo!

Dentro desta linha de realidades, apontamos uma série de fatos, propostas, devaneios e frases célebres. Entre o riso e o espanto, o ilogismo do cotidiano:

– Comprei um carro porque os ônibus não paravam para mim. Agora, eu é que devo parar para eles.

– Um homem a cavalo, de espada e carabina, recebe o nome de “Pacificador”.

– Os dois trapezistas chocaram-se no ar. Por sorte, foram cair na jaula dos leões.

– “Este é um país que vai pra frente!”

– A mulher fugiu de casa, embora odiasse o marido.

– Vadinho voltou pra casa de pileque, às 3h15 da madrugada. Graças a Deus, quem abriu a porta foi sua sogra, que chegara de visita na noite anterior…

– Vamos esperar que o bolo cresça, para depois reparti-lo. Com paciência e controle das funções digestivas, sentiremos o gostinho!

– Embora se amassem profundamente, acabaram casados.

– Mamãe me adora. Não sei por que casou com papai…

– Papai adora mamãe. Não sei por que vive na rua…

– “Todo médico sofre de prisão de ventre.” (Ivan Illich)

– As pessoas se casam porque não suportam mais a solidão. Depois se separam, pois não aguentam mais a mútua companhia.

– O General Euler Bentes morava na Rua Figueiredo Magalhães…

– No hospício, os loucos estão presos. Só o psiquiatra pode passear na rua.

– Cão que ladra não morde (enquanto ladra). Cão que morde não ladra (enquanto morde).

– Foi aberta hoje a Conferência de Paz. As fábricas de canhões fizeram serão.

– 1ª Guerra Mundial: esta é uma guerra que acabará com todas as guerras…

– Caio Júlio César: “Até tu, Brutus?”

– Edevaldo cansou-se daquela vida. Depois de trabalhar vinte anos como coveiro, resolveu estudar Medicina.

– Apesar de seu temperamento instável, Olivério aceitou a vaga de ascensorista…

– O leão chegou ao consultório. Recostou-se confortavelmente. Respirou fundo. Sentiu o cheirinho de óleo de cravo. Ouviu o barulhinho do motor. Abriu bem a boca. E engoliu o dentista.

– “Nunca tantos deveram tanto…” (Parodiando Churchill)

– Vovô tem uma bela voz de barítono. Quando canta no banheiro, toda a família faz fila do lado de fora.

– Leogildo era um jovem auxiliar de padeiro. Ajudava seu Manuel a enrolar a massa. Depois cresceu e mudou de trabalho: tornou-se político.

– Quantas vezes eu já não lhe disse para não me dizer o que eu devo dizer?!

– O homem que passa fome é sempre visto como potencial subservivo.

– “Moça rica, bem tratada, burra como uma porta: um amor!” (Mário de Andrade)

– “Em se plantando, tudo dá.” (Viajante português que desconhecia a burocracia do Ministério da Agricultura)

– Embora se sentisse mal e tivesse grande amor à vida, dirigiu-se ao hospital.

– Cheio de razões e protegido pelos preceitos legais, gastou uma fortuna com o melhor advogado.

– A produção brasileira de cebolas foi queimada e lançada às águas do São Francisco. A seguir, importamos dois navios de cebolas brotadas.

– “Rasga, Coração” e outras peças de teatro premiadas pelo Ministério da Educação e Cultura foram proibidas pelo Ministério da Justiça.

– O homem não é o melhor amigo do cão.

– Richard Wagner casou-se com Cósima Liszt, mulher de Hans von Bülow, seu melhor amigo.

– O homem não é o melhor amigo do homem…

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